sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Ho Ho Ho!

Kieren Perrow à vontade em casa

Como o Natal ta chegando e o tal do Papai Noel tem que deixar um presentinho, resolvi postar um frame de um vídeo com o Kieren Perrow botando pra dentro na Austrália. Sempre gostei muito da sua linha de surf e quando vi seu desempenho no Pipe 2010 pensei: já levou !
Prestigiar o Pipe Master todo fim de ano é muito divertido. Lá está a última chance para os que não conseguiram bons resultados e podem ser rebaixados, por isso esses vêm com tudo! Como foi o caso do Local Guy Dustin Payne que garantiu sua vaga na última onda da bateria contra Fanning, mas como nem todos conseguem continuar, Bede Durbidge amargou a derrota na sua primeira bateria, despedindo se do tour, uma pena esse cara quebra!
Esse ano aconteceu uma final diferente. Dois atletas que nunca tinha feito uma final em Pipe estavam muito confiantes desde suas primeiras baterias. Jeremy Flores mostrou muito bem que merecia estar na final, derroutou adversários de peso e depois de passar pelo Careca o resto seria lucro. Kieren com a competitividade em alta estava fazendo linhas calculadas, saindo de tubos incríveis e como um verdadeiro Australiano mostrava que na final não seria diferente.
Bateria tensa, poucas ondas e com poucos minutos para acabar o Aussie vacilou na escolha da onda e não soube trabalhar sua preferência. Resultado. Jeremy campeão e Parko coroado pela terceira vez na Triplice Crown.
Feliz Natal!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A.I

Andy Irons voltando ao Tour na Gold.

“Você soube o que aconteceu com Andy?” Essas foram às primeiras palavras de meu primo quando fui visitá-lo em seu trabalho. “Não o que foi?”. Retruquei. “Ele morreu ontem! Suspeita de dengue hemorrágica”. Chocado e ainda meio sem entender a afirmativa pensava em seus feitos em fração de segundo.
Drops realmente incríveis, deep barrels e comentários de pessoas como Shane Dorian: “ele sempre pega a maior”, me mostravam o quanto gostava de Andy.  Esse sentimento cresceu ao passar dos anos, independente dos campeonatos, assisti-lo sempre foi sinônimo de evolução no surf. Sua maestria, mostrada muitas vezes em filmes, ensinava a linha a ser feita em ondas como Teahupoo e Backdoor. Linhas essas impecáveis, culminando em assustadoras baforadas.
Falar do A.I e tocar no assunto Slater é um clichê sagrado. Isso porque ele realmente podia assustar o careca e competir de igual para igual. Desde o Pipe Master de 2002 todos sempre quiseram ver eles dois. Homem a homem em uma bateria e de preferência em uma final. O atleta from Kauai mostrou mais de uma vez que sabia trabalhar em condições extremas e de sufoco, equilibrando como poucos a raça, concentração e serenidade, muitas vezes interpretadas como rude ou marrento.
Em 2010 acompanhei sua volta ao tour no primeiro circuito na Gold Coast e ao velo vestindo a lycra de competição vi em seu rosto o prazer de estar fazendo aquilo e pensei: “Ta de volta e vai ser difícil segurar ele! Go Andy!” É verdade que seus resultados na Gold assim como nos outros eventos em 2010 não foram satisfatórios mas assistir suas baterias sempre foram uma diversão. Ainda nesse ano ele venceu o Teahupoo pro, dando esperanças a todos e a ele mesmo, mostrando que se os tops vacilarem ele tava ali.
Infelizmente essa tragédia aconteceu e assistir os próximos Pipe Master sem a presença ilustre do havaiano não será a mesma coisa.
Guim Vasconcelos

South Ba

Leo Sepulveda concentrado em Backdoor.

Lulu atento para não vacilar em Olivença.

Diego Mori riding mountains em Itacaré.

Local Yagê mostra como fazer na Tiririca. 

Descer o litoral da Bahia para surfar é uma trip que muitos já fizeram e ainda continuam a fazer. O custo beneficio é muito válido, pois a certeza de boas ondas existe,  e com a nova estrada para os lados de Itacaré a viagem ficou mais rápida.
A infinidade de ondas é um atrativo para os que não gostam de crowd, alguns lugares é preciso fazer uma trilha para chegar à praia dando um ar mais exótico e único ao lugar. Mesmo para quem não surfa fica encantado com a beleza do sul da Bahia, fortalecendo o turismo local além da especulação imobiliária.
Infelizmente alguns desses lugares a marginalidade tem crescido, atrapalhando o desenvolvimento da cidade, como é o caso de Itacaré. Altas ondas, praias lindas, potencial turístico lá em cima, mas a “bruxaria” impera na cidade, crack, boatos de roubo e coisas piores são normais. Como variedade é o que não falta, sair de carro e procurar é a melhor pedida, principalmente Praias do Norte e Olivença.
Guim Vasconcelos

Sempre surf!

Só quem ja foi sabe onde fica.

Recentemente estava olhando fotos no facebook de um amigo sobre a Europa. Lugares realmente lindos, paisagens inspiradoras junto à cultura e arquitetura local fez com que a vontade de conhecer o lugar rondasse meus pensamentos, até que li um comentário em umas das fotos: “Cadê as ondas!”. E caiu a ficha! É mesmo, como posso ir a um lugar sem onda!
Ainda tenho tantos picos, tantas ondas para conhecer que fazer uma viagem implica necessariamente em surfar!  Situação difícil quando se vive em um grupo de pessoas que não gostam, não praticam o esporte ou o pior não entendem essa vontade absurda e inexplicável do ato surfar...tendo onda lá você consegue um tempinho e alimenta a alma! O que eu não consigo imaginar é viajar para um lugar que não tenha onda e ficar a mercê do pacote da agencia de viagem! Impossível!
Conhecer lugares como New York e Paris seria realmente interessante, mas não conseguiria ficar lá sabendo que a Califórnia e Hossegor esta tão perto ou lugares como Machu Picchu e Madri pensando apenas nas esquerdas inacabáveis de Chicama e nos barrels de frontside em Mundaka. Marrocos,(altas) Índia(nem sabiam né), Irlanda(isso ae no gelo!) Namibia (seu Vitor quem o diga)e no Brasa!? Mesmo não sendo um exemplo de surf mundial ainda tem muito lugar para surfar no nosso país! Também sou fascinado pela Chapada Diamantina na Bahia e suas intermináveis trilhas que nos trazem reflexões únicas. Adoraria presenciar a cena reggae no Maranhão ou então invadir o carnaval de Olinda com tudo! Mas...
Quem sabe um dia eu possa conhecer Bonito, BH, Amsterdam e Roma... enquanto marco meus “x” nos lugares que já fui e surfei, vejo que a lista ainda esta longe para acabar, vejo que ainda tenho que conhecer muitos outros spots, é claro com uma única intenção! Surfar!
Guim Vasconcelos

Free Surf - Eco Festival






Durante o Billabong Eco Festival que rolou no Jardim de Alah, registrei o free surf de alguns competidores vindo de várias partes do Brasil.
Fiquei impressionado com o surf nova geração dos moleques, que estavam se sentindo muito a vontade no mar, mesmo com certo tamanho e forte correnteza. Muitas vezes em ondas que a galera local não remava ou puxava o bico por conhecer a “fechadeira” que é o Psiu, esses carinhas iam e passavam a seção! Passava e esculachava!
O evento aconteceu com altas ondas, e como campeonato, não me enche os olhos, após alguns registros fui dar minha remada.
Guim Vasconcelos

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Subindo o litoral

Leo Sepúlveda joga água no mundo.

Diego Mori contrariando quem disse: não voltou!

Mafon chegando a tempo. Êtcha!

Após a decisão de subir o litoral em busca de some waves, esperar o próximo dia era a única tarefa.

Acordamos cedo e fomos direto para Itacimirim - Ba. Um lugar com boas ondas, afastado e mais seguro. A barca estava sendo formada pelos surfistas Leo Sepúlveda, Diego Mori além de min. Ao chegarmos ao local recebemos o telefonema de Mafon, dizendo para esperar pois ele também queria estar presente na seção.

Como o mar não estava clássico espremer e tirar leite de pedra era a única alternativa. Boas fotos foram tiradas além de ter registrado em vídeo também. Escolhi uma foto de cada para não ter briga! Espero que gostem.

Guim Vasconcelos

Ozzy Land

James Wood suave na nave.

Danny Wills dando na lata.

Adam Melling jogando água.

Jock Barnes passando por cima.


Surfar na Ozzy Land é certeza de boas ondas e prós na água.

Atletas de alto nível treinam lá, inspirando e motivando aos outros que neles se espelham. O que impera no ar não é a marra e sim o respeito. O crowd existe, intensamente, mas você vai achar uma onda. Se você representar, todas as ondas que forem sua serão suas, mas se você vacilar...todo mundo vai querer remar nas suas ondas. E onde não é assim? Até me arrisco a falar que no Brasa mas ai é assunto para outro post.

Sempre fiquei maravilhado quando encontrava algum pró na água. Claro! Caras que vi nos filmes de longa data, que olhei diversas vezes como ele fazia isso ou aquilo. Muitas vezes me pegava mais prestando atenção no surf deles do que concentrado no meu. U know why!? Pelo fato que se eu achava louco ver na TV imagina ao vivo e ao meu lado! A evolução por osmose é certa!

Nem todos que vi, tive a oportunidade de registrar, como o Careca ou o Taj. Fora outros que nem vi, mas tudo bem, outras oportunidades acontecerão. Os poucos registros que tenho são muito valiosos, inclusive a foto de Andy voltando ao circuito em 2010. Pena que o registro de surf de Andy só esta na cachola!

Guim Vasconcelos

Free Rasta




Após duas semanas de muita chuva e tempo frio o sol voltou a reinar e eu resolvi dar uma checada nas condições do mar.
A previsão mostrava que um swell de sul estava subindo e a minha escolha pelo pico foi baseada nisso. Lennox Head foi escolhido e chegando lá o crowd não estava impossível, coisa rara, além de estarem divididos nas diversas seções da onda. Peguei a bóia e desci a montanha correndo para dar minha remada.


Em vinte minutos de queda avistei um surfer com uma linha impecável, com grandes carwings super controlados e estilo muito polido. Ainda dentro d’água consegui reconhecê-lo, David Rastovich. O Rasta, como ele é conhecido, é um dos melhores free surfers na atualidade, tanto quanto pelo surfe quanto pelo life style. Envolvido com ações de preservação a natureza, junto ao seu sponser, a Billabong, ele mostra como é ser um surfista de alma.


Saí da água correndo, peguei a câmera e me posicionei para clicar apenas seu surf. O rasta por sua vez me viu saindo, voltando e sentando em sua frente...parecia que ele surfava para mim!


Guim Vasconcelos

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sempre mais



“Se você quer uma boa dica para surfar direitas marcianas, corra atrás de seu visto para Austrália!”


Essa frase, de um pôster de surf em meu quarto, rondou minha cabeça durante anos até que um dia eu estava em Snapper, em Burleigh, em D’bah...ainda tentando entender, juntar os pedaços que conhecia de filmes, revistas e reportagens de anos e anos. É tudo verdade, linhas inacabáveis, todo mundo com alto nível de surf e o sorriso estampado no rosto de quem conhece o lugar nunca mudará. Mas a Gold se limita de Stradbroke até D-Bah, e cansado do crowd de lá, estava querendo conhecer um lugar que tivesse o real sentido da palavra Paradise...contraditório em Surfers.


Começar qualquer The Search é pura emoção! E foi assim que conheci um dos lugares mais perfeitos possíveis para viver e surfar! This place is Byron Bay mate! Uma pequena cidade ao norte de New South Wales que respira surfe! Altas ondas, direitas mágicas como em The Pass e esquerdas tubulares como em Tallow, ditam o cotidiano de pessoas super acolhedoras! De lá já saíram grande nomes do surf mundial, como Danny Wills ex Ct e Kieren Perrow CT! Lennox Head está localizada a menos de 20 minutos de Byron e até lá ondas inimagináveis quebram quase que sem crowd, dando mais opção de surf para os aussies!


Após conhecer essa infinidade de ondas a opção Gold Coast só era cogitada se realmente estivesse valendo, coisa normal é verdade, mas sempre a vontade era de ir até onde não tinha conhecido!
Guim Vasconcelos