quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A.I

Andy Irons voltando ao Tour na Gold.

“Você soube o que aconteceu com Andy?” Essas foram às primeiras palavras de meu primo quando fui visitá-lo em seu trabalho. “Não o que foi?”. Retruquei. “Ele morreu ontem! Suspeita de dengue hemorrágica”. Chocado e ainda meio sem entender a afirmativa pensava em seus feitos em fração de segundo.
Drops realmente incríveis, deep barrels e comentários de pessoas como Shane Dorian: “ele sempre pega a maior”, me mostravam o quanto gostava de Andy.  Esse sentimento cresceu ao passar dos anos, independente dos campeonatos, assisti-lo sempre foi sinônimo de evolução no surf. Sua maestria, mostrada muitas vezes em filmes, ensinava a linha a ser feita em ondas como Teahupoo e Backdoor. Linhas essas impecáveis, culminando em assustadoras baforadas.
Falar do A.I e tocar no assunto Slater é um clichê sagrado. Isso porque ele realmente podia assustar o careca e competir de igual para igual. Desde o Pipe Master de 2002 todos sempre quiseram ver eles dois. Homem a homem em uma bateria e de preferência em uma final. O atleta from Kauai mostrou mais de uma vez que sabia trabalhar em condições extremas e de sufoco, equilibrando como poucos a raça, concentração e serenidade, muitas vezes interpretadas como rude ou marrento.
Em 2010 acompanhei sua volta ao tour no primeiro circuito na Gold Coast e ao velo vestindo a lycra de competição vi em seu rosto o prazer de estar fazendo aquilo e pensei: “Ta de volta e vai ser difícil segurar ele! Go Andy!” É verdade que seus resultados na Gold assim como nos outros eventos em 2010 não foram satisfatórios mas assistir suas baterias sempre foram uma diversão. Ainda nesse ano ele venceu o Teahupoo pro, dando esperanças a todos e a ele mesmo, mostrando que se os tops vacilarem ele tava ali.
Infelizmente essa tragédia aconteceu e assistir os próximos Pipe Master sem a presença ilustre do havaiano não será a mesma coisa.
Guim Vasconcelos

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